China bate recorde de novas infecções da covid-19 desde o começo da pandemiaTolerância zero contra covid na China: OMS critica política, mas país rebate
A insatisfação dos habitantes do país asiático vem sendo compartilhada no Weibo, o superapp da China que equivale a muitas redes sociais ocidentais, como o Twitter. Não só as enormes aglomerações nos estádios e fora deles irritam os chineses, mas também a falta da obrigatoriedade das máscaras.
Reclamações e controle da pandemia
Um morador de Guangdong se expressou, utilizando o Weibo: “Alguns assistem aos jogos da Copa do Mundo em pessoa e sem máscaras, enquanto outros ficam confinados em suas casas, no mesmo local há dois meses, sem poder sair. Quem me roubou a vida? Não vou dizer”. A reclamação é uma provável alusão à política de reclusão por parte do governo chinês contra a covid-19. As infecções pelo SARS-CoV-2 foram detectadas pela primeira vez no país asiático, ainda em 2019. Ele segue sendo a última grande economia mundial a aplicar políticas generalizadas de controle pandêmico, colocando bairros e cidades inteiras em lockdown e demandando testes a milhões de pessoas. Mesmo com tais esforços, a média diária de casos na última quarta-feira (23) ficou em 29.157, e, nesta quinta-feira (24), o país bateu o recorde de casos registrados em um único dia nesta quinta-feira, com 31,4 mil infecções. Na terça, mais de 25% dos chineses ficou sob confinamento em algum grau, segundo informações do Instituto Nomura. Outro internauta, de sobrenome Wang, comentou na mesma rede social: “Minha maior lição ao assistir à copa do mundo: ninguém está usando máscara, ninguém tem medo da pandemia”. No aplicativo de mensagens chinês WeChat, uma carta aberta foi publicada também na terça questionando se o país está “no mesmo planeta” que o Catar, mas foi removida pelo governo. Na China, as partidas da Copa são exibidas pela rede estatal CCTV. Fonte: South China Morning Post, Reuters