O que a ciência tem feito rumo à cura e à prevenção do Alzheimer?Cientistas fazem mapa de alterações cerebrais causadas pelo Alzheimer
A revelação sobre o risco de Alzheimer de Hemsworth ocorreu durante as gravações da série Limitless, disponível no serviço de streaming Disney Plus. No programa do National Geographic, o ator testa os limites do corpo humano e discute o envelhecimento. Para a segunda temporada, ele fez um teste de DNA, onde descobriu ter maior probabilidade de desenvolver esse tipo de demência. No momento, Hemsworth não apresenta nenhum sinal ou sintoma da doença, e pode nunca desenvolvê-la, apesar do resultado do teste. Como regra, as pessoas tendem a desenvolver a condição a partir dos 65 anos, mas conviver com esta dúvida pode afetar de diferentes formas o psicológico de um indivíduo. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com algum tipo de demência. Por ano, são diagnosticados pelo menos 10 milhões de novos casos. Desse total de diagnósticos, a OMS estima que 60% a 70% correspondam a quadros de Alzheimer.
Como Chris Hemsworth descobriu ter risco aumentado para Azlheimer?
No resultado do teste de DNA, Hemsworth descobriu carregar duas cópias do gene APOE4, sendo que uma herdou de sua mãe, enquanto a outra foi de seu pai. No mundo, apenas 2% a 3% das pessoas carregam estes dois genes juntos, como o australiano, segundo estudo do National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos. Por causa desse genoma pouco comum, estes indivíduos têm de 8 a 10 vezes mais chances de desenvolver este tipo de demência que pessoas que não possuem os genes APOE4 em seu código genético.
Entenda o risco do gene APOE4
“A razão pela qual o APOE4 aumenta o risco de Alzheimer não é bem compreendida”, esclarece o NIH, em artigo. Sabe-se que a proteína APOE ajuda a transportar o colesterol e outros tipos de gordura na corrente sanguínea. Os outros alelos, como o APOE2 e APOE3, não oferecem risco aumentado para a condição, diferente da versão que Hemsworth possuí. “Estudos recentes sugerem que os problemas com a capacidade das células cerebrais de processar gorduras e lipídios podem desempenhar um papel fundamental na doença de Alzheimer e em outras doenças relacionadas”, sugere o instituto. No entanto, estudos mais detalhados ainda são não necessários. Aqui, é importante explicar que, segundo o NIH, “o APOE4 é o fator de risco genético mais forte para a doença de Alzheimer, mas herdar o APOE4 não significa que uma pessoa desenvolverá definitivamente a doença”. Inúmeros fatores ainda desconhecidos podem impactar a evolução da doença.
Histórico familiar de demência na família do ator
Além do risco aumentado para a doença, o avô do ator australiano já convive com o Alzheimer. “Não tenho certeza se ele ainda se lembra muito”, conta Hemsworth para a revista Vanity Fair. Em quadro de declínio cognitivo, o avô tem dificuldade em aprender algumas palavras novas e, durante a fala, embaralha o holandês e o inglês.
Qual é o futuro de Chris Hemsworth, conhecido pelo personagem Thor?
Diante do fato de ter um risco aumentado para o Alzheimer, o ator conhecido por interpretar o personagem Thor vai dar uma pausa na carreira, o que não significa aposentadoria definitiva. Inclusive, os fãs ainda assistirão o australiano em algumas produções que já estão prontas e, em breve, serão lançadas. Esse é o caso de Furiosa, o spin-off do filme Mad Max: Estrada da Fúria. O longa está previsto para chegar aos cinemas em junho de 2023. Além disso, deve estrear a segunda temporada de Limitless.
Chris Hemsworth vai ter Alzheimer?
Pensando no caso de Chris Hemsworth, o resultado do teste de DNA definitivamente não é uma sentença de que o ator desenvolverá, mais tarde, um quadro de Alzheimer, mas, sim, um indicador de risco. Por isso, estes tipos de exames podem causar bastante angústia. Afinal, são, de certa forma, imprecisos. Um ponto adicional é o fato de que não existe uma cura conhecida. Hoje, a ciência ainda não descobriu como impedir a condição, mas pesquisas recentes testam, com sucesso, inúmeras medicações e novos tratamentos que buscam pelo menos retardar o declínio cognitivo do paciente. Isso significa que, muito possivelmente, a doença deva ser encarada de outra forma no futuro. Apesar de um cenário envolto por mais dúvidas que respostas, Hemsworth lembra que “tudo o que você fizer agora para beneficiar seu eu futuro terá um grande benefício em seu eu atual”. Inclusive, trazer a público o seu risco é uma das muitas formas de sensibilizar para esta causa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Neste ponto, a OMS afirma que “permanecer ativo, comer bem, participar de atividades sociais e evitar o fumo e o consumo excessivo de álcool podem diminuir o risco de demência”. Estas atividades beneficiam a todos, independente da genética. Fonte: Vanity Fair, NIH e Opas