10 respostas para perguntas que você pode ter sobre buracos negrosComo diferenciar buraco negro de buraco de minhoca? A luz pode ser a resposta!
Leo I* é um buraco negro supermassivo com três milhões de massas solares, no coração da galáxia anã Leo I. A existência dele foi proposta pela primeira vez no ano passado, quando uma equipe independente de astrônomos observou que estrelas ganhavam velocidade conforme se aproximavam do centro da galáxia, sugerindo que havia um buraco negro ali. Para Loeb, observar Leo I* será algo revolucionário. “Ele pode ser o segundo buraco negro supermassivo mais próximo da Terra depois daquele no centro da nossa galáxia, com massa muito parecida, mas fica em uma galáxia mil vezes menos massiva que a Via Láctea”, disse. “Isso desafia tudo que sabemos sobre como as galáxias e seus buracos negros supermassivos evoluem”. Mesmo com características tão intrigantes, não é possível conseguir imagens diretas do buraco negro em função de sua “anatomia”. É que os buracos negros são tão massivos que nem mesmo a luz consegue escapar deles, levando-a à singularidade em seu centro. Mas, antes dela, há o horizonte de eventos, que marca o “limite” de onde a luz não consegue escapar. Há, ainda, o disco de acreção, uma estrutura que fica mais distante da singularidade do que o horizonte de eventos. Apesar disso, o disco ainda está próximo o suficiente para receber os efeitos da força gravitacional do buraco negro, o que o torna uma estrutura de enorme importância para a compreensão destes objetos. “Os buracos negros são muito elusivos, e às vezes eles gostam de brincar de esconde-esconde conosco”, brincou Panucci. “Os raios de luz não podem escapar do horizonte de evento deles, mas o ambiente ao redor deles pode ser bastante brilhante, se matéria suficiente cair pelo ‘poço gravitacional’ deles”, explicou. O problema é que Leo I* fica em uma galáxia com pouco gás disponível para alimentá-lo, de modo que os autores buscaram outras formas de observá-lo. “No nosso estudo, sugerimos que uma pequena quantidade de massa perdida das estrelas se movendo ao redor do buraco negro poderia oferecer a taxa de acreção para observá-lo”, disse. Para eles, o espaço ao redor de Leo I* parece ter estrelas gigantes vermelhas antigas o suficiente para permitir sua observação. Entretanto, ele ressalta que ainda levará tempo até conseguirem alguma imagem do objeto. A equipe conseguiu realizar observações com o telescópio Chandra, “especialista” em raios X, e com o observatório Very Large Array, no Novo México, e estão analisando os dados. “O Leo I* está brincando de esconde-esconde, mas ele emite radiação demais para ficar indetectável por muito tempo”, finalizou Pacucci. O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters. Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: CfA