Como emitir o certificado de vacinação da COVID-19 no app ConecteSUSComo emitir o comprovante de vacinação de COVID-19 sem o ConecteSUS
O esquema é mais complexo do que parece. Em vez de comercializar somente os certificados de vacinação em formato de PDF, os vendedores registram as doses falsas da vacina na plataforma oficial do Ministério da Saúde, o ConecteSUS. Assim, o comprador pode emitir o documento como se tivesse recebido as aplicações normalmente em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). E como isso é feito? O Metrópoles conversou com um desses vendedores do Telegram, que também é funcionário de uma UBS em Teresina, no Piauí. Segundo o indivíduo, o comprador deve informar o Cadastro Nacional de Informações Sociais. Em seguida, a dose seria registrada no sistema do Ministério da Saúde, e a ampola da vacina seria descartada no lixo. O Ministério da Saúde comentou não saber sobre a existência do esquema. Porém, uma fonte interna da pasta ouvida pelo Metrópoles afirmou ser possível registrar uma dose de vacina no sistema sem haver a aplicação no braço. Vale lembrar que a plataforma de registro das vacinas pode ser acessada por servidores públicos que trabalham em UBS, Unidades de Pronto Atendimentos (UPA) e hospitais do Brasil.
Preços podem chegar a R$ 500 por dose
Os valores dos certificados falsos de vacina mudam de acordo com a quantidade de doses e a idade do comprador. O registro de uma única dose pode custar R$ 300 para pessoas maiores de 18 anos e R$ 400 para menores de idade. Já duas doses saem por R$ 400 e R$ 500 para adultos e crianças, respectivamente. As doses de reforço são vendidas por R$ 500. Nos grupos do Telegram, os compradores podem até mesmo escolher o fabricante do imunizante. Mesmo sabendo ser possível registrar uma dose da vacina sem a aplicação, não dá para confirmar se esquema anunciado realmente entrega o que promete ou se é só um golpe, pois configuraria um crime.
Vendedores também estariam comercializando PDFs
Além do método envolvendo funcionários de unidades de saúde, os vendedores estariam criando certificados falsos de vacina reconhecidos pelo ConecteSUS. Segundo um dos suspeitos que supostamente participa de grupos no Telegram, ainda dá para emitir documentos em PDF com QR Code ou código de segurança válido que pode ser lido pelo aplicativo do ConecteSUS. Esse segundo método não é novidade, porém. Desde janeiro deste ano, há relatos de pessoas conseguindo validar qualquer QR Code pelo ConecteSUS, devido a uma falha de segurança. Na época, o aplicativo aceitava códigos de todos os tipos, até mesmo chaves Pix. O Ministério da Saúde disse ter corrigido a falha de segurança no aplicativo em 25 de janeiro em celulares Android e no dia 26 do mesmo mês em iPhone e iPad (iOS). Sobre a venda de certificados falsos, o Metrópoles procurou a Polícia Federal, mas não obteve resposta. Com informações: Metrópoles.