Acton foi o primeiro a sair. No ano passado, ele anunciou que deixaria o WhatsApp para “começar um novo capítulo” em sua vida. Koum continuou como CEO do aplicativo, mas 7 meses depois ele também deixou a empresa para “seguir em frente” e “colecionar Porsches raros refrigerados a ar”. Para sair do Facebook, ambos tiveram que deixar as suas ações da empresa de lado por causa do contrato de compra. E elas valiam uma boa grana, segundo o The Wall Street Journal: Acton deixou para trás US$ 900 milhões em potenciais ganhos, enquanto Koum abriu mão de US$ 400 milhões em ações, considerando a cotação atual. O mais assustador é que, se ambos esperassem até novembro deste ano, teriam recebido essa quantia em dinheiro normalmente — o contrato já teria acabado. O problema é que, nem Acton nem Koum saíram de forma muito amigável.
Acton deixou o Facebook sem criticar a empresa, mas em março ele apoiou a campanha #deletefacebook e apagou a sua conta na rede social, em meio ao escândalo Cambridge Analytica. Enquanto isso, o Washington Post revelou que Koum saiu após desentendimentos envolvendo a privacidade dos usuários. Segundo o WSJ, o departamento jurídico do Facebook quase entrou em uma disputa legal com Koum antes dele ir embora. Os dois fundadores tinham uma cláusula no contrato que adiantava o pagamento de suas ações se o Facebook tentasse monetizar o WhatsApp com anúncios. Ao sair, Koum tentou reivindicar essa cláusula, mas o Facebook ameaçou entrar na justiça e dificultar o processo. No fim, ele decidiu abrir mão dos U$ 400 milhões restantes, possivelmente para evitar o desgaste. Vale apontar que a cláusula só é válida se algum cofundador do WhatsApp ainda fizer parte do Facebook. Como os dois já saíram, o Facebook está livre para fazer o que quiser com o aplicativo de 1,5 bilhão de usuários.