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Esse e tantos outros recursos do Google são automatizados. Faz sentido, de certa forma. Como os serviços da companhia contam com milhões de usuários, é difícil — para não dizer impossível — fazer determinadas checagens apenas com funcionários. O problema é que, pelo menos na Google Play Store, talvez exista um excesso de automação, por assim dizer. Não são raros os relatos de desenvolvedores que têm dificuldades para aprovar aplicativos (ou novas versões deles) na loja por conta de alguma exigência automática, mas que foge do contexto da situação. Um exemplo relativamente recente é o de uma desenvolvedora que teve grandes dificuldades para aprovar um aplicativo porque a loja confundia “livre” e “grátis” na tradução da palavra em inglês “free” (uma das regras da loja é a de que o app não seja promovido como “grátis”).

A “sentença de morte”

Certamente, o caso da Raya Games é mais grave. O estúdio, que tem sede no Reino Unido e é responsável por jogos como PerCity e Fruitcraft, teve as suas contas para desenvolvedores em nome da TOD Studio e da própria Raya Games banidas da Google Play Store no final de janeiro e no início de março, respectivamente. Voltando à pergunta no início do texto, a reação de Ali Nadalizadeh, dono da empresa (ele também teve a sua conta pessoal banida, mas em fevereiro), foi a de relatar o problema no Reddit: Talvez você diga “bom, o Google não puniria ninguém assim, do nada”. O problema é que os motivos para o banimento não ficaram claros. Mas Nadalizadeh se atentou a uma detalhe: a notificação do Google apontava para “violações anteriores de políticas”. Com base nisso, Nadalizadeh fez uma investigação e descobriu que, provavelmente, o problema tem relação com um ex-funcionário que teve a sua conta encerrada pelo Google em dezembro de 2021 por ter violado várias políticas da companhia. O tal ex-funcionário trabalhou para a Raya Games entre 2014 e 2019. Nadalizadeh revela que, ao sair da empresa, o desenvolvedor deixou de ter acesso aos recursos do estúdio — inclui o Google Play Console —, exceto por um único jogo, por conta de um acordo de consulta. Esse game acabou sendo removido da loja mais tarde, mesmo assim, o acesso a ele parece ter sido suficiente para os sistemas do Google entenderem que o ex-funcionário ainda tinha vínculos com o estúdio. Tudo indica que, por causa dessa associação equivocada, as contas da Raya Games foram banidas.

Felizmente, o Google desfez a confusão

Ali Nadalizadeh relatou o problema no Reddit para pedir ajuda. Ele explica que tentou apelar para o Google, mas só recebia respostas automáticas e repetidas. Deu certo. Oito horas depois de publicar o relato, Nadalizadeh atualizou o texto para informar que o Google analisou o caso e restabeleceu as contas. Essa ação rápida após o assunto ganhar repercussão reforça a tese de que o banimento foi aplicado de modo automático — se uma análise humana tivesse sido feita antes, provavelmente, o problema já teria sido resolvido. Final feliz, de todo modo. Ou quase, pois o trauma ficou e, possivelmente, algum prejuízo também, afinal, os jogos da Raya Games ficaram vários dias indisponíveis. Além disso, uma pergunta fica no ar: mesmo se o tal funcionário ainda estivesse na empresa, seria correto banir todas as contas por causa do erro de uma única pessoa? Na época, o Android Police procurou o Google, mas a companhia não comentou o assunto.

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