Ray tracing (ou traçado de raios)
Faz sentido a Nvidia ter priorizado a arquitetura Turing em sua apresentação, afinal, ela é que vai servir de base para as próximas GPUs da companhia, fazendo a atual arquitetura Pascal ser gradativamente substituída. Os primeiros modelos são destinados a fins profissionais, como já dito, mas, muito provavelmente, a tal GeForce GTX 1180 e outras placas futuras terão como base a mesma arquitetura. Mas o que a Turing tem de especial? Começa com o RT Core, componente desenvolvido especificamente para lidar com ray tracing (ou traçado de raios). Trata-se, basicamente, de uma técnica que imita raios de luz do “mundo real”, só que com uma dinâmica invertida, digamos assim. Não é difícil entender. Essencialmente, enxergamos o mundo por meio de raios luminosos oriundos de fontes de luz que chegam aos objetos e os refletem de acordo com as suas propriedades. Quando esses raios alcançam os nossos olhos, percebemos a imagens. O ray tracing segue o mesmo princípio, com a diferença de que a fonte de luz parte da posição do observador. Milhões ou bilhões de linhas são disparadas na cena e, quando elas atingem o objeto, as propriedades deste são checadas junto a características do ambiente, como outras fontes de luz e áreas de sombra. As cores dos pixels em cada momento são estabelecidas a partir dessas informações.
Via de regra, o ray tracing gera imagens impressionantes, tanto que técnicas do tipo são utilizadas há anos pela indústria cinematográfica, como mostra o vídeo acima. Mas, para isso, é preciso contar com bastante capacidade de processamento. É justamente esse o foco da arquitetura Turing: graças ao RT Core, a placa pode disparar cerca de 10 bilhões de raios (10 giga rays), 25 vezes mais que na arquitetura Pascal.
GDDR6 e outros atributos
A arquitetura Turing também traz suporte às memórias GDDR6, que substituem os padrões GDDR5 e GDDR5X, além de competirem com as memórias HBM2 que aparecem em placas AMD Radeon Vega e na Quadro GV100, da própria Nvidia, por exemplo. O principal atrativo do novo padrão está na largura de banda: memórias GDDR6 permitem que a placa Quadro RTX 8000 atinja taxa de até 672 GB/s (gigabytes por segundo), só para você ter ideia. Outros atributos incluem novos núcleos tensor (para aprendizagem de máquina) e uma nova arquitetura de streaming multiprocessor (SM) que propicia mais operações de ponto flutuante. Esses e outros recursos se juntam aos núcleos RT Core para permitir renderização híbrida, que combina a rasterização convencional com o ray tracing para gerar gráficos de altíssimo nível.
Também está incluído no pacote suporte nativo a conexões DisplayPort, decodificação de vídeo HEVC, imagens em HDR, além de compatibilidade com o padrão VirtualLink, que facilita a conexão de dispositivos para realidade virtual.
Nvidia Quadro RTX
Os primeiros dispositivos baseados na arquitetura Turing são as placas Quadro RTX 5000, RTX 6000 e RTX 8000, como você já sabe. Os preços estimados para elas são de US$ 2.300, US$ 6.300 e US$ 10.000, respectivamente. Esses valores deixam claro que elas não são voltadas ao público gamer. A linha Quadro é destinada a aplicações como modelagem de objetos, criação de animações e renderização de vídeos 3D. Os preços são elevadíssimos, mas o poder de fogo também. Só para dar um exemplo, a Quadro RTX 8000 pode chegar a 16 teraflops (16 trilhões de operações de ponto flutuante por segundo) em precisão única. Para fins de comparação, a Quadro GV100, placa antecessora, atinge 14,8 teraflops. Nem todos os detalhes foram revelados pela Nvidia, mas já sabemos que as novas placas têm as seguintes características:
Quadro RTX 5000: 3.702 núcleos CUDA, 384 núcleos tensor, 16 GB de GDDR6;Quadro RTX 6000: 4.608 núcleos CUDA, 576 núcleos tensor, 24 GB de GDDR6;Quadro RTX 8000: 4.608 núcleos CUDA, 576 núcleos tensor, 48 GB de GDDR6.
Não que alguns de nós, meros mortais, sairão correndo para comprá-las, mas só para constar: as novas placas Quadro RTX serão lançadas no último trimestre do ano. Até lá, deveremos ter mais detalhes sobre as especificações.