Rapaz tetraplégico consegue mover o braço graças a um implante cerebralComo um implante cerebral fez macacos paralíticos voltarem a andar
Os três participantes do estudo, conhecido como BrainGate2, receberam um implante cerebral — um conjunto de microeletrodos com o tamanho de uma aspirina — na região do córtex motor. Todos eles sofrem de fraqueza ou perda de movimento nos braços devido à esclerose lateral amiotrófica (ELA), também chamada de doença de Lou Gehrig. Eles digitavam a até 30 caracteres por minuto no Gmail e Hangouts usando o teclado nativo no Android; e conseguiam fazer até 22 seleções por minuto na interface (apontar e clicar). O Nexus 9 não tinha qualquer recurso de acessibilidade ativado; ainda assim, os três participantes gostaram de usá-lo. “Pareceu mais natural que as vezes em que eu usava um mouse”, disse T6. (O estudo não identifica as pessoas pelo nome.)
Passo a passo: como controlar um tablet com o cérebro
Como, exatamente, é possível controlar um tablet com a mente? Isso ocorre da seguinte forma:
um sistema NeuroPort registra os sinais neurais do córtex motor capturados pelo implante cerebral;os sinais são transmitidos para um computador rodando a ferramenta Simulink Real-Time (xPC), que faz o processamento e decodificação;o resultado — isto é, cada comando em que o participante pensou — é repassado para uma interface Bluetooth configurada para funcionar como um mouse sem fio;este mouse virtual é emparelhado com um Nexus 9 rodando Android 5.1 Lollipop sem modificações no sistema operacional, sem recursos de acessibilidade ativados, e sem software de acessibilidade instalado;o tablet recebe os comandos enviados por Bluetooth, movendo um cursor na tela e tocando nos elementos.
O estudo pode ser lido na íntegra aqui. O ensaio clínico BrainGate2 ainda está em andamento: ele tem 13 participantes no total, e os pesquisadores seguem melhorando o software de decodificação neural. A equipe quer chegar a um dispositivo implantável sem fio com uma bateria recarregável, assim como um marca-passo. No ano passado, o estudo BrainGate permitiu que um homem com paralisia digitasse até oito palavras por minuto apenas por meio de pensamentos. Com informações: IEEE Spectrum.