O caso foi revelado pelo site The Information, que teve contato com “fontes que tem acesso imediato ao assunto” — provavelmente um ou mais funcionários da Apple que participaram do projeto. Segundo essas fontes, a GPU com suporte para ray tracing causou problemas de aquecimento e aumentava o consumo da bateria.
Apple cancelou suporte para Ray Tracing — e foi o certo a se fazer
Vendo que o uso de ray tracing na GPU derrubaria o desempenho do A16 Bionic, a Apple tomou a decisão de cancelar o recurso. A atitude foi a correta a se tomar — e segue uma tradição da Apple. O problema do ray tracing no chip A16 Bionic foi detectado na parte final do desenvolvimento, sem dar tempo de corrigir o superaquecimento e alto consumo da bateria. E não é nada inteligente lançar um recurso novo só para dizer que tem. Para não sair com a reputação queimada, a Apple encerrou a ideia de incluir o suporte para ray tracing. Apesar de ser a decisão correta para não gerar um fiasco de vendas, o ray tracing faz “falta” no iPhone 14 Pro. Com falamos no review do modelo, ele é um iPhone 13 Pro melhorado, sem inovações que não causam um “momento UAU” ao ver o produto — o Dynamic Island é ótimo, mas não o bastante para sugerir que um usuário deva escolher o iPhone 14 Pro no lugar de qualquer outro modelo. Ainda assim, a Apple tem uma tradição de segurar algumas inovações para não lançar um produto com algum recurso meia-boca (alô marcas que lançam celulares com câmeras macro de 2 MP ou 5 MP). Vide a demora da Apple em trocar o notch: ela acertou no Dynamic Island e ainda corrigiu o problema do tamanho dele. Outro exemplo dessa tradição: há rumores de que a Apple está testando tecnologias de smartphones dobráveis ao mesmo tempo que analisa a reação do mercado ao formato. Voltando ao ray tracing, com mais tempo para corrigir as falhas, é questão de tempo até os leakers divulgarem se a Apple lançará ou não um A17 Bionic com suporte para a tecnologia.
Problemas com a GPU refletem impactos da saída de funcionários
O site The Information também relata que a Apple está perdendo seus principais engenheiros para a concorrência. Uma fonte do site explica que o vice-presidente sênior da divisão de hardware, Johny Srouji, é um bom líder, mas sofre com a “movimentação do mercado” do Vale do Silício. A Apple perdeu alguns dos engenheiros mais talentosos para a Nuvia, fabricante de chips fundada por Gerard Williams III, ex-engenheiro da empresa da maçã e que atuava em um cargo de liderança. A Nuvia foi comprada pela Qualcomm em 2021. Ironias da vida: o substituto de Williams, Mike Filippo, acabou contratado pela Microsoft — a vaga segue em aberto. Com informações: MacRumors e Engadget