O que é deepfake e por que você deveria se preocuparComo denunciar um perfil fake no Facebook
A rede russa tinha como foco principal a Alemanha, mas também alcançava França, Itália, Reino Unido e a própria Ucrânia. A operação começou em maio e incluía uma rede de mais de 60 sites que imitavam veículos de imprensa legítimos, como a Spiegel, o Guardian, e o Bild. Os endereços eram, por exemplo, theguardian[.]co[.]com e spiegelr[.]live. Esses sites falsos produziam artigos criticando a Ucrânia, os refugiados vindos do país e as sanções impostas à Rússia. Os textos eram feitos em inglês, francês, alemão, italiano, espanhol, russo e ucraniano. A Meta diz ter bloqueado os domínios, mas o grupo criou outros para dar seguimento às atividades. Os conteúdos eram promovidos no Facebook, no Instagram e em outras redes, como Twitter, Telegram e LiveJournal. Até páginas de embaixadas russas em países da Ásia e da Europa compartilhavam os textos e vídeos. “Esta é maior e mais complexa operação de origem russa que desmantelamos desde o começo da guerra na Ucrânia”, diz o texto da Meta sobre as medidas tomadas. A empresa diz que o conteúdo produzido nos sites falsos demanda sofisticação técnica e linguística, enquanto a amplificação nas redes sociais foi feita de forma mais amadora, com contas fake e compra de anúncios. “Juntas, estas duas abordagens funcionavam como uma tentativa de atacar rapidamente o ambiente informacional, e não como uma iniciativa séria de ocupá-lo a longo prazo”, completa a companhia. A empresa diz que cerca de US$ 105 mil foram gastos em anúncios no Facebook e no Instagram, pagos principalmente em dólares e euros. Ao todo, eram 1.633 contas e 703 páginas, que chegaram a mais de 4 mil seguidores.
Rede chinesa tinha eleições dos EUA como alvo
A rede russa não foi a única bloqueada pela Meta. Outra, menor, teve origem na China e tinha como alvos os EUA, a República Tcheca e públicos falantes de chinês e francês em todo o mundo. Foram quatro iniciativas de curta duração entre meados do segundo semestre de 2021 e setembro de 2022. Nos EUA, pessoas dos dois lados do espectro político eram alvos, com críticas a políticos democratas e republicanos, bem como apoio a agendas de cada um dos partidos. Alguns conteúdos foram feitos em chinês e francês. Na República Tcheca, o conteúdo era crítico ao governo local e seu apoio à Ucrânia, listando consequências dessa posição e alertando para os riscos de desagradar à China. O grupo também agiu com contas fakes em chinês, que publicavam críticas às políticas externas dos EUA. Segundo a Meta, o grupo era pequeno, com 81 contas no Facebook, oito páginas e um grupo. A ação não conseguiu ter grande impacto na plataforma, com apenas 20 seguidores nas páginas criadas.
Meta foca em comportamento para derrubar redes
Para a Meta, o critério para derrubar contas e conteúdos é o chamado comportamento inautêntico coordenado (ou CIB, na sigla em inglês). A empresa dá esse nome à prática de criar e controlar vários perfis que atuam e interagem entre si. Eles têm como objetivo aumentar o alcance de publicações, geralmente com uma narrativa determinada. Em outras palavras, um grupo de agentes cria perfis de pessoas e veículos de imprensa que não existem. Depois, simulam um comportamento orgânico, com publicações e comentários. O algoritmo do Facebook acaba sendo enganado, já que ele usa atividades assim para determinar que um conteúdo é relevante. Enquanto isso, outros usuários são levados a acreditar que aquelas pessoas e veículos existem, e que suas mensagens têm repercussão e apoio. Com informações: Meta.