Covid-19: Anvisa aprova venda do antiviral molnupiravir em farmáciasEste é o preço do Molnupiravir, remédio da covid que acaba de chegar ao Brasil

O medicamento pode ser tomado duas vezes por dia até mesmo em ambientes domésticos, e se mostrou uma promessa em meio à pandemia do novo coronavírus. Antiviral, à época um estudo sugeriu que ele diminuía os riscos de hospitalização ou morte entre não-vacinados de alto risco pela metade. Após a chegada da variante Delta, no entanto, mostrou-se que o efeito era menor do que se pensava.

Molnupiravir e as variantes

Atualmente, o perigo pandêmico é representado por outra variante, a Ômicron, e suas sublinhagens. Publicado na revista científica The Lancet, uma análise mostra que o molnupiravir é menos eficiente contra a variante dominante. A droga não reduziu hospitalizações e mortes, mas ainda ajudou na recuperação dos mais vulneráveis. A droga continua, portanto, útil, especialmente em esforços de devolver profissionais de saúde ao trabalho mais rapidamente quando há grande pressão no setor. Para estudar sua eficiência, cientistas recrutaram britânicos que testaram positivo para a covid-19 via PCR ou teste de fluxo lateral — mas apenas os de 50 anos ou mais, ou com mais de 18 anos com alguma condição que os torna vulneráveis à covid-19. Mais de 25.700 participantes, 94% com pelo menos 3 doses da vacina, entraram para o teste entre 8 de dezembro de 2021 e 27 de abril de 2022. Destes, metade recebeu os cuidados médicos comuns dados aos pacientes da patologia, enquanto a outra recebeu molnupiravir em um ciclo de 5 dias. Acompanhados por 28 dias, ambos os grupos tiveram taxas parecidas de hospitalização e morte. Mais especificamente, 98 dos 12.525 participantes com cuidados padrão foram hospitalizados ou faleceram, enquanto 105 dos 12.529 que receberam molnupiravir junto aos cuidados passaram pelo mesmo. As baixas taxas mostram, segundo os pesquisadores, a importância das vacinas contra o SARS-CoV-2.

Recuperação e carga viral menor

O medicamento brilhou mesmo, no entanto, na recuperação média dos pacientes: quem o recebeu melhorou em 9 dias, em média, o que ficou em 15 dias para os que receberam apenas os cuidados normais. A recuperação, mostraram os cálculos, melhorou em 4,2 dias com o uso do remédio. Os medicados também tiveram menos contato com profissionais de saúde, e menos pessoas desse grupo tiveram o vírus detectável 7 dias depois; sua carga viral também era menor. Nota-se que os pacientes sabiam estar recebendo o antiviral — embora isso não mude a admissão hospitalar ou morte dos pacientes, não foi possível controlar o a evolução dos sintomas, que eram relatados pelos próprios participantes. Os impactos do medicamento na covid longa também não foram, até agora, estudados. Como o medicamento é caro, caberá aos profissionais de saúde escolher quando uma recuperação 4 dias menor será mais preferível — ou o quanto vale a um paciente privado abrir a carteira. Fonte: The Lancet