Em alguns países, como Eslováquia e Bolívia, o feed de notícias exibe apenas posts de usuários comuns. O conteúdo gerado pelas páginas fica restrito a uma nova área chamada Feed de Exploração (Explore).
O problema é que, segundo uma reportagem do New York Times, uma notícia falsa se espalhou rapidamente pelo Facebook na Eslováquia justamente por causa dessas mudanças. A postagem dizia que um homem muçulmano supostamente alertou uma pessoa sobre um futuro ataque terrorista como agradecimento por ter devolvido sua carteira. A notícia falsa foi tão compartilhada que a polícia local teve que publicar um comunicado afirmando que aquilo não havia acontecido. No entanto, como o alerta foi publicado em uma página oficial, ele não apareceu no feed de notícias dos usuários.
Além de impulsionar o alcance das fake news, outro efeito das mudanças foi diminuir o tráfego de sites e jornais que utilizam a rede social para divulgar seu conteúdo. Na Bolívia, o jornal Página Siete contou à reportagem que os acessos diminuíram cerca de 20% após as alterações. Segundo o editor do site, metade do tráfego vem das redes sociais, sendo a maioria direcionado pelo Facebook. Adam Mosseri, responsável pelo feed de notícias, diz ao NYT que a empresa entende o seu papel como plataforma global de informação, e que cada teste é “realizado com essa responsabilidade em mente”. No entanto, a rede social não informou quando os testes serão finalizados. Reformular o feed de notícias para combater a proliferação de notícias falsas e recuperar o interesse dos usuários na rede social não está sendo uma tarefa fácil para o Facebook. Nesta semana, Mark Zuckerberg viu sua fortuna diminuir em US$ 3 bilhões após anunciar as próximas mudanças no feed; ele diz que seu objetivo é “consertar a rede social” em 2018. Com informações: New York Times, The Verge.