Uma parte da Via Láctea é mais antiga do que se imaginava10 curiosidades sobre a Via Láctea
Os primeiros filamentos descobertos por Zadeh se estendiam por até 150 anos-luz e estavam próximos de Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo no interior da nossa galáxia. Já em 2022, Zadeh adicionou quase 1.000 novos filamentos ao grupo de estruturas observadas. Eles apareciam em pares e em aglomerados, e estavam empilhados e igualmente espaçados.
Enquanto se questionava sobre as origens deles, outros astrônomos descobriram um grupo destas estruturas em um aglomerado galáctico a cerca de um bilhão de anos-luz da Terra. “Após estudar os filamentos no nosso próprio centro galáctico por tantos anos, fiquei muito animado em ver estas belas estruturas”, disse.
Em sua fala, Zadeh sugere que a descoberta dos filamentos em outros lugares sugere a ocorrência de algum processo universal. Claro que, embora eles sejam parecidos com os da Via Láctea, têm características próprias — os da nossa galáxia, por exemplo, são até 10 mil vezes mais longos que os outros encontrados, e parecem ser muito mais antigos.
Assim, no novo artigo, Zadeh e seus colegas sugerem que os filamentos sejam formados pelas interações entre o vento galáctico e algum obstáculo, como uma nuvem; ao cercar o obstáculo, o vento cria uma espécie de cauda por trás dela. “Quando a galáxia se move, ela cria vento que pode passar por lugares onde as partículas de raios cósmicos estão dispersas, levando o material e criando um filamento”, explicou.
Ao executar simulações, os pesquisadores chegaram a um cenário que indica uma explicação diferente: conforme as galáxias de rádio se movem, a gravidade pode afetar o meio e agitá-lo, formando áreas turbulentas. Quando o campo magnético cerca estas áreas, ele pode acabar esticado, dobrado e até amplificado, formando filamentos alongados com campo magnético forte no fim do processo.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: Northwestern University