Se a proposta tivesse sido levada adiante, ambas as companhias estariam celebrando o maior negócio do tipo já realizado no segmento de semicondutores. O governo dos Estados Unidos já tinha dado sinal verde para a negociação, bem como outros países. Faltava a China: como quase dois terços da receita da Qualcomm vêm desse país, a companhia precisava da aprovação dos reguladores locais.
No entanto, o prazo para as autoridades chinesas se manifestarem favoravelmente (ou não) ao negócio terminou nesta quinta-feira (26), razão pela qual a Qualcomm não pôde continuar com a proposta. Mas o silêncio da China não é, necessariamente, inesperado. Normalmente, órgãos reguladores fornecem documentos e comunicados para transmitir a decisão de recusar um acordo como esse. Mas a China simplesmente foi deixando o tempo passar, levantando a suspeita de que as autoridades iriam deixar o prazo expirar. Foi o que aconteceu. Aparentemente, a falta de aprovação é um movimento em resposta às recentes tensões comerciais entre Pequim e Washington. “Obviamente, nos envolvemos em algo que estava acima de nós”, disse Steve Mollenkopf, CEO da Qualcomm. Mas o governo chinês nega conflitos e diz que o assunto é uma mera questão de regulamentação antimonopólio.
O negócio era visto como de extrema importância para a Qualcomm, principalmente porque ajudaria a companhia a ter mais força no promissor mercado de redes 5G. Agora, a Qualcomm vai destinar US$ 30 bilhões à recompra de ações da NXP adquiridas pelos investidores que apostavam no negócio. É uma promessa que ela havia feito para o caso de a tentativa de compra fracassar. A NXP também anunciou um programa de recompra de ações e confirmou ter recebido US$ 2 bilhões da Qualcomm como taxa de rescisão. Esse é um momento complicado para a Qualcomm. Além de perder a chance de comprar a NXP Semiconductors, a companhia já prevê que não irá fornecer chips para a próxima geração do iPhone por decisão da Apple. Deixar de fazer parte de um universo tão rentável quanto esse significa só uma coisa: prejuízo. Com informações: Reuters.