A proposta foi formalizada na semana passada e chamou bastante atenção por causa dos valores elevados. Além de desembolsar US$ 103 bilhões, que correspondem a US$ 70 por ação da Qualcomm, a Broadcom se comprometeu a assumir as dívidas líquidas da fabricante dos chips Snapdragon, cujas cifras atuais estão na casa dos US$ 25 bilhões.

Se o negócio fosse concluído, veríamos uma gigante com valor de aproximadamente US$ 200 bilhões surgir: estima-se que, hoje, a Broadcom tem valor de mercado de US$ 112 bilhões; a Qualcomm, de US$ 91 bilhões. Mas, conforme analista já previam, a Qualcomm rejeitou a proposta. O conselho administrativo da companhia passou o último fim de semana reunido com assessores financeiros e jurídicos, e concluiu que, além de o montante ofertado não ser um valor justo, a oferta traz “incerteza regulatória significativa”. Para complementar o argumento de que a oferta está abaixo do esperado, Steve Mollenkopf, CEO da Qualcomm, disse em nota que “nenhuma empresa está mais bem posicionada [do que a Qualcomm] em mobilidade, internet das coisas, automotivo, computação de ponta e redes na indústria de semicondutores”. O momento também parece não ser propício para um negócio dessa magnitude. No último trimestre, o lucro da Qualcomm caiu 90% por conta, entre outros problemas, de uma complexa disputa judicial contra a Apple.

Além disso, a Qualcomm está há meses tentando comprar a NXP Semiconductors. O último valor ofertado foi de US$ 38 bilhões. Se o negócio com a Broadcom tivesse sido fechado, talvez a Qualcomm seria obrigada a aumentar esse valor. Esperar pela negociação com a NXP também é prudente por conta da valorização: se a NXP aceitar a oferta, a Broadcom provavelmente vai ter que aumentar a sua proposta para algo muito superior aos US$ 103 bilhões. Mas a novela pode não ter chegado ao fim. No dia 8 de dezembro, acionistas da Qualcomm terão que eleger novos membros para o conselho administrativo. Fontes próximas à Broadcom dizem que, junto com um aumento do valor da oferta, a companhia pode sugerir uma lista de candidatos que votariam a fator da conclusão do negócio. Em outras palavras, uma nova ofensiva deve vir aí. Com informações: Reuters

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