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Nascida em 1910, Bicudo era filha de uma imigrante, Giovanna Leone, e de um descendente de negros escravizados, Theophilo Bicudo. Seu pai, que sonhava em ser médico, teve sua matrícula negada na universidade por causa da cor de pele, então decidiu investir na educação dos filhos. Bicudo estudou na Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, e de lá começou a trabalhar na Diretoria do Serviço de Saúde Escolar do Departamento de Educação, época em que descobriu seu interesse em Sociologia. Em 1936, a psicanalista decidiu se graduar em Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política — na época, a única mulher da turma. Inspirada pela história dos pais, Virgínia Bicudo acreditava que poderia entender melhor as tensões raciais no Brasil a partir da psicanálise. Em 1937, a profissional se candidatou a membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) sendo aprovada em 1945. Quase 20 anos depois, especificamente em 1962, ela foi eleita presidente da segunda diretoria do Instituto da Psicanálise.
Projetos internacionais
Autora da primeira dissertação de pós-graduação sobre relações raciais do Brasil, Bicudo foi chamada para participar de projetos de análises étnicas da Unesco. Seu estudo constatou que a discriminação racial no Brasil estabelecia um preconceito sem confronto direto, capaz de impedir o desenvolvimento da consciência sobre a discriminação. Após retornar ao Brasil, Virgínia Bicudo foi vista como “impostora” no meio acadêmico por não ser formada em psicanálise. Apesar disso, em 1953, ela se mudou para Londres, onde estudou com os principais nomes da área, sempre sem deixar de compartilhar seu conhecimento com seus concidadãos no Brasil.