A quantidade de satélites autorizada pela FCC engloba menos de um terço do pedido original. Em 2020, a SpaceX pediu permissão para lançar 29.988 satélites de segunda geração. Esses novos satélites orbitarão as altitudes de 525 km, 530 km e 535 km.
Novos satélites têm recurso em parceria com a T-Mobile
A segunda geração de satélites da SpaceX é maior que a primeira. Um dos motivos é a adoção de uma grande antena “extra” para que eles suportem comunicação com celulares. Em outras palavras, a “Gen 2” também funciona como uma antena de telefonia móvel — só que na órbita baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês). O recurso é resultado de uma parceria, anunciada em agosto, da SpaceX com a T-Mobile. Dessa maneira, as duas companhias esperam acabar com as “zonas mortas” na cobertura de sinal telefônico — até mesmo no meio dos oceanos. Entretanto, a autorização de mais 7.500 satélites será mais dor de cabeça na comunidade científica, incluindo a NASA — cliente da SpaceX.
Satélite demais para céu de menos
Há alguns anos, desde quando a internet via satélite começou a popularizar, astrônomos começaram a sofrer com observações em telescópios terrestres. Os dados mais recentes, divulgados em 2020, mostram que 20% das imagens captadas da Terra registram interferências de satélites na LEO. Os satélites da OneWeb operam acima de 600 km de altura, assim como alguns equipamentos do Projeto Kuiper — que devem estrear em 2023. A diferença de altura não muda muita coisa na interferência. Em imagens de longa exposição, os satélites acima de 600 km refletiram a luz por mais tempo. Já o equipamento do SpaceX é um problema durante o fim da tarde (crepúsculo). Os novos satélites da Starlink utilizam uma “proteção” para absorver a luz e diminuir a interferência. Mas a tecnologia de absorção de luz não reduz um outro problema: a poluição espacial e os riscos de colisões. Uma pesquisa Fórum Econômico Mundial divulgada em 2020 apontava que haviam 2.666 satélites operacionais na órbita terrestre. Hoje, isso é praticamente só o que a Starlink tem. Com mais satélites em órbita, a NASA e outras agências espaciais são afetadas. A enorme quantidade desses equipamentos reduz a quantidade (e tempo) das janelas de lançamento de missões espaciais. Aliás, até mesmo a SpaceX sofrerá com isso — a empresa é contratada para usar seus foguetes em lançamentos de outras companhias. Com informações: Engadget e World Economic Forum