Google vai expandir cabo submarino exclusivo de 72 Tb/s nas AméricasComo funcionam os cabos submarinos [Mapas e Tubarões]

Em 26 de dezembro, a Telebras disse em fato relevante à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que “encaminhou carta à empresa Ellalink Ireland propondo rescindir amigavelmente o contrato de Direito Irrevogável de Uso de conexão via cabo submarino entre o Brasil e Europa”. Ela explica no fato relevante que, na Lei Orçamentária Anual de 2020 enviada para sanção do presidente Jair Bolsonaro, “não consta a rubrica orçamentária necessária para os investimentos na conexão via cabo submarino entre o Brasil e Europa”. Ou seja, muito provavelmente não haverá dinheiro para assumir qualquer pagamento relativo ao cabo em 2020. A Telebras propôs uma rescisão amigável com a EllaLink porque “não vê condições para prosseguir com o projeto”. A limitação do orçamento pode estar relacionada à futura privatização da Telebras: ela entrou no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) para uma avaliação de como poderá ser repassada ao setor privado; o processo de análise pode levar “dois anos ou mais”, segundo autoridades do governo. Isso também pode ser uma forma de evitar mais prejuízos para a estatal, que acumulou perdas financeiras de mais de R$ 700 milhões entre 2016 e 2018.

O projeto do Ellalink foi elaborado pela Telebras em 2012. Inicialmente, a estatal iria investir milhões de reais na construção do cabo submarino em joint-venture com uma empresa espanhola (atualmente também chamada Ellalink). Ele prometia ligar as cidades de São Paulo, Fortaleza, Lisboa (Portugal), Madri (Espanha) e Marselha (França). No entanto, a Telebras acabou não gastando nada: com o passar do tempo, o valor estimado do projeto aumentou e a estatal se viu incapaz de financiar um cabo submarino. Por isso, em 2018, ela trocou sua participação de 35% pelo “direito irrevogável de uso”, isto é, um compromisso firme de contratar capacidade no Ellalink quando ele estivesse pronto. Agora, ela não conseguirá nem fazer isso. O EllaLink começou a ser construído no início de 2019 pela Alcatel Submarine Networks (ASN), da Nokia, com o dinheiro vindo do fundo europeu de investimento Marguerite II. O cabo terá 9.200 km de extensão com quatro pares de fibra e capacidade total de 72 Tb/s. Ele deve entrar em operação comercial em algum momento de 2020. Com informações: TeleSíntese.

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