Em documento enviado à SEC, comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, o Telegram confirma que recebeu US$ 850 milhões de 94 investidores, em complemento aos US$ 850 milhões que já havia arrecadado em fevereiro. A empresa declara que levantou recursos para o “desenvolvimento da TON Blockchain, desenvolvimento e manutenção do Telegram Messenger e outros fins descritos nos materiais”. Este é, de longe, o maior ICO da história, como informa a Bloomberg. O segundo maior é o Filecoin, um serviço de armazenamento de dados inspirado no Bitcoin que utiliza blockchain para guardar informações; ele levantou US$ 257 milhões de investidores.
Como funciona o Gram
As informações dão conta de que a blockchain (Telegram Open Network) terá uma parte centralizada e outra descentralizada — isso permitirá que a rede tenha sua capacidade expandida mais rapidamente, quando comparado a uma plataforma de blockchain totalmente descentralizada. A expectativa é que a tecnologia possa processar cerca de 1 milhão de transações por segundo. Os mais de 200 milhões de usuários do Telegram poderão ter uma carteira virtual, que armazena tanto moeda tradicional quanto a criptomoeda própria do aplicativo. As transações são feitas entre os usuários do Telegram, seja humanos ou bots. E, em vez de garantir a segurança da blockchain com prova de trabalho (como o bitcoin), a TON deve exigir prova de participação, sem gastar tanto processamento ou energia elétrica. O Telegram prevê quatro usos para sua blockchain: armazenamento distribuído de arquivos, semelhante a serviços como Dropcoin; um serviço de proxy para criar serviços de VPN descentralizados; serviços para apps descentralizados; e pagamentos por microtransações. Uma versão inicial da TON deverá ser lançada no segundo trimestre de 2018, enquanto a carteira virtual está planejada para o final do ano.