Fiocruz começa a desenvolver vacina contra maláriaUso de anticorpo monoclonal pode prevenir malária, revela estudo
A nova estratégia de teste da malária foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), parte da Fiocruz, no Brasil, e da University of Queensland (UQ), na Austrália. O estudo completo sobre o exame, bastante funcional, foi publicado na revista científica Pnas Nexus. Segundo os autores do estudo, a nova tecnologia permite “a detecção não invasiva de seres humanos infectados com malária, com níveis variados de parasitemia, em menos de 10 segundos”.
Como funciona o novo teste rápido de malária?
“A técnica é livre de produtos químicos, sem agulhas e detecta a malária através da pele usando uma fonte de luz infravermelha — é literalmente apenas um flash na pele de uma pessoa e pronto", explica a pesquisadora Maggy Lord, da UQ, em comunicado. O feixe de luz pode ser apontado para a orelha ou para o dedo do indivíduo que será testado. Após o flash de luz, a assinatura infravermelha coletada é processada por um algoritmo computacional e, em menos de 10 segundos, os resultados (positivo ou negativo) podem ser conferidos no celular do profissional de saúde responsável pelo teste.
Desafio da malária para o mundo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram diagnosticados 241 milhões de novos casos de malária, sendo 600 mil mortes em decorrência da doença, apenas em 2020. “A maioria dos casos ocorre na África subsaariana, onde 90% das mortes são de crianças menores de cinco anos", explica a pesquisadora Lord. Hoje, a maioria dos testes de malária envolvem a coleta de sangue, o que dificulta a testagem rápida em grande escala. Por exemplo, testar toda uma cidade ou vilarejo consiste em retirar amostras de sangue da população, misturá-las com o reagente e aguardar o resultado. Cada teste pode levar mais de 15 minutos para ser concluído. No entanto, a nova ferramenta pode revolucionar esse cenário. Afinal, o diagnóstico da malária será acelerado e milhares de pessoas poderão ter maior chance de tratamento e, consequentemente, de cura. Vale lembrar que, para além da parceria de desenvolvimento de novos testes, a Fiocruz também trabalha na criação de uma nova vacina para a imunização contra a malária. A pesquisa ainda está em fase pré-clínica, mas os resultados iniciais são promissores. Fonte: Pnas Nexus e UQ