Os 40 melhores apps e jogos de Android em 2021, segundo o GoogleComo jogar Pokémon Unite [Guia para iniciantes]
Responsável por games mobile de sucesso como Zooba, Sky Warriors, Suspects e Tennis Clash, a Wildlife começou em 2011 como um estúdio independente. Hoje, a empresa vale US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) e conta com cerca de 800 funcionários espalhados pelos cinco escritórios no Brasil, EUA, Argentina e Irlanda. Em seu site oficial, a desenvolvedora atribui o sucesso dos jogos ao cuidado que tem com os funcionários. “Criamos um ambiente onde pessoas de todas as etnias, gêneros e origens que compartilham nossos valores possam se sentir seguras, atingir seu pleno potencial e ser felizes”, diz a empresa em um dos manifestos no portal. Porém, pelo o que parece, essas palavras não são seguidas à risca. Um relatório interno do RH da Wildlife, produzido em maio de 2020 e obtido pelo Rest of World, revelou que a empresa havia registrado diversas denúncias de disparidade salarial entre homens e mulheres de mesmos cargos, assim como casos de discriminação e assédio no trabalho.
Funcionários da Wildlife confirmaram as denúncias
Para confirmar as informações, o Rest of World ouviu oito funcionários e ex-contratados do estúdios, os quais atestaram as queixas. Ao todo, o relatório conta com 22 páginas descrevendo casos de assédio psicológico e moral, perpetuação de estereótipos sexistas e desigualdade entre gêneros. Segundo um dos ex-funcionários entrevistados pelo Rest of World, o documento foi solicitado pela equipe de diversidade da Wildlife, criada para lidar com questões internas de diversidade racial e de gênero na empresa. Em uma parte do relatório, é falado sobre uma gerente mulher que, após ser promovida, recebeu uma oferta de salário 30% menor em relação a um homem no mesmo cargo. Outros pontos do documento ainda mencionam personagens femininas sendo representadas de forma sexista dentro dos jogos, e líderes de equipe incentivando funcionários a “não ouvirem opiniões femininas sobre os games”. Um dos gerentes — que trabalha na empresa até hoje — teria dito que a Wildlife “não está no mercado para quebrar estereótipos, mas sim para reforça-los”. A maior parte das denúncias relatadas partiu de mulheres que se sentiam desprezadas na empresa. Por exemplo, algumas funcionárias ouviam que precisavam “ser mais humildes” ao pedir mudanças em qualquer produto e eram desencorajadas por superiores a não falarem sobre suas ideias em reuniões. Ainda de acordo com o relatório, os homens do estúdio mantinham grupos de WhatsApp sem mulheres para falarem não só sobre assuntos pessoais, como também sobre pautas do trabalho. Isso fazia com que as funcionárias ficassem por fora de muitos planos da Wildlife.
Wildlife Studios diz levar a sério todas as denúncias
Em um e-mail enviado ao Rest of World, um representante do estúdio explicou que “a Wildlife leva a sério toda e qualquer alegação”. Além disso, a pessoa responsável pela empresa incluiu a seguinte explicação: Ao Tecnoblog, a Wildlife Studios enviou uma nota oficial de posicionamento sobre os casos de assédio reportados pelo Rest of World. No comunicado, a empresa diz o seguinte: Para completar, a desenvolvedora explica que diversidade é um tema importante no dia a dia de todos os funcionários e ainda aponta que há um canal de denúncias próprio para casos que violam o código de conduta da empresa. O restante da nota você confere na íntegra a seguir:
Wildlife e Activision Blizzard estão no mesmo barco
Comportamentos inadequados no ambiente de trabalho são comuns entre empresas de videogames, infelizmente. A Activision Blizzard responde a diversos processos judiciais envolvendo casos de assédio moral e sexual dentro do ambiente de trabalho. A Ubisoft também já se envolveu em problemas parecidos em 2020. Somos gratos a todas as pessoas que apontam problemas na companhia e sabemos que diversidade é um tema presente na indústria de tecnologia e, especificamente, na indústria de games. Por isso a Wildlife investe em garantir um ambiente inclusivo por meio de diversas iniciativas como grupos de representação de minorias, treinamentos e sessões de diálogos com os principais líderes de diversidade do Brasil. A Wildlife monitora o progresso na carreira dos diferentes grupos e tem orgulho de dizer que homens e mulheres são promovidos na mesma proporção. E também trouxemos para nosso time um colaborador especialista em pagamento justo e autor do livro ‘Fair Play: How to Get a Raise, Close the Wage Gap, and Build Stronger Business’, com o objetivo de continuar trabalhando para um ambiente de equidade. Por fim, é importante esclarecer que a Wildlife Studios possui um canal de comunicação conhecido como ‘Talk to Us’, gerido por uma empresa externa. O canal é direcionado a funcionários e ex-funcionários, que podem realizar denúncias de maneira anônima sobre ações ou atitudes que estejam em desacordo com o código de ética e as políticas internas da empresa. Desde sua criação, todas as denúncias realizadas foram investigadas e endereçadas. Além disso, todas as medidas necessárias foram adotadas para evitar que novos fatos ocorressem, o que mostra o empenho da companhia em criar um ambiente de trabalho seguro para todos”. Com informações: Rest of World. Atualização em 18 de dezembro de 2021, às 19h35: inclusão de nota de posicionamento oficial da Wildlife Studios enviada ao Tecnoblog via e-mail.